26 de julho de 2009

Espirro invertido ("reverse sneezing")

O espirro invertido ou "reverse sneezing" é uma condição que se caracteriza por um som respiratório acentuado, como se o cão estivesse a inalar ar de forma violenta. No espirro normal, o percurso do ar faz-se no sentido oposto - o ar sai violentamente pelo nariz do cão.



Espirro invertido

Durante o espirro invertido, o cão faz inspirações pronunciadas e rápidas, estica o pescoço e abre as patas dianteiras como se tentasse respirar melhor. O forte som emitido com este espirro faz com que os donos pensem que o cão tem algum objecto estranho no nariz. Apesar do seu som estrondoso, o espirro invertido é muito momentâneo - pode ir de alguns segundos a um minuto - e, normalmente, inofensivo. O cão rapidamente recupera a sua condição normal, não exigindo nenhum tipo de tratamento.

Acredita-se que o espirro invertido tem como causa uma irritação a nível do palato mole, que conduz a um espasmo que diminui temporariamente a capacidade respiratória do cão. Normalmente, está associado a períodos de excitação como a chegada do dono a casa ou o passeio diário. Nestes casos é conveniente acalmá-lo para que o episódio acabe o mais rapidamente possível.

As raças braquicéfalas, como é o caso dos Boxers e dos Bulldogs, podem exibir sons respiratórios que se assemelham ao espirro invertido, devido ao prolongamento do seu palato mole. Contudo, será importante excluir outros problemas que estas raças habitualmente possuem, pois estes sons podem camuflar problemas respiratórios graves ou potencialmente graves.
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19 de julho de 2009

Como levar o seu cão a passear de trela

Após a aquisição de um cão, vem a árdua tarefa de ensiná-lo a passear na rua de trela e nada melhor do que começar em cachorro. Os passeios na rua devem ser um momento de tranquilidade, tanto para o cão como para o dono. No entanto, muitos de nós sabem que a tranquilidade rapidamente se transforma em caos e frustração. 




Quem passeia quem?

Para levar o seu cão a passear à rua é necessário antes de mais, demonstrar-lhe quem manda e a seguir definir as regras.

As regras começam em casa. Quando pegamos na trela, o cão associa a passear, a ir à rua e isto cria uma certa excitação, que por vezes se torna descontrolada, como ladrar, saltar para o dono, etc.

A primeira coisa a fazer é acalmar o cão através de várias formas:

  • ficar imóvel e esperar que o cão acalme, ignorando-o;
  • caso ele salte, virar-lhe as costas;
  • ir até uma determinada zona da casa, fingindo que estamos a realizar alguma tarefa;
  • por último, caso o cão não acalme, pousar a trela numa bancada ou pendurá-la.

Após verificar que o cão está calmo, voltar a pegar na trela. Isto poderá demorar algum tempo, por isso é preciso que o dono tenha tempo disponível, porque um cão calmo é um cão controlado.

Uma vez o cão calmo, colocar a trela e andar calmamente. Atenção que o dono é o primeiro a sair e a entrar em qualquer local, quer seja de casa, do prédio, do carro, etc.

Assim que saímos a porta de acesso à rua, a primeira coisa que o cão vai fazer é puxar a trela e tentar ir à frente do dono. Normalmente, os donos puxam a trela para trás, o que está absolutamente errado. O facto dos donos puxarem a trela para trás assim que o cão dá um puxão, significa que estão a entrar em conflito com o cão e não é isso que se pretende.

Temos que demonstrar ao cão que não tem que dar puxões, nem ir à nossa frente, porque quem manda é o dono.

Assim que o cão dá um puxão temos que nos manter no sitio onde estamos, na posição em que estamos e aguardar que o cão tenha uma reacção ou olhe para trás ou se sente. Após ter efectuado qualquer uma destas acções podemos avançar, mas um passo de cada vez - já sabemos que vai puxar outra vez, por isso, é necessário darmos passos pequenos e seguros.

Este treino requer tempo por parte do dono e calma, muita calma, porque é um treino lento e gradual.

Costuma-se dizer que o cão é o espelho do dono por isso, um dono calmo e tranquilo tem um cão controlado.
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12 de julho de 2009

Bolas de pêlo (Hairballs)

Os gatos são animais que passam grande parte do seu tempo a lamberem-se e a lavarem-se (grooming), engolindo grandes quantidades de pêlo. Normalmente esse pêlo ingerido é eliminado nas fezes. Quando isso não acontece, o pêlo acumulado forma densos aglomerados a nível do estômago e intestino delgado do gato, que lá permanecem até o gato os vomitar. A esse aglomerados chamamos bolas de pêlo.

Grooming - responsável pela ingestão de pêlo


Um gato com bolas de pêlo apresenta sintomas relacionados com o sistema digestivo, nunca com o sistema respiratório. Vómitos, perda de apetite e obstipação são os sintomas mais frequentes nestes animais.

Se o número de bolas de pêlo for elevado podem bloquear o tracto intestinal e o gato não as conseguirá eliminar pelas fezes nem sequer vomitá-las. Este bloqueio, denominado por impactação, é um problema de extrema gravidade que põe em risco a vida do animal se não for detectado a tempo. Nalguns casos só a cirurgia para remoção das bolas de pêlo permite a resolução do problema.

No mercado existem inúmeros produtos que ajudam a eliminar as bolas de pêlo do gato. A maior parte deles tem como ingrediente base um óleo não digerível que lubrifica o tracto gastro-intestinal, permitindo uma eliminação mais eficaz do pêlo ingerido, evitando que se formem os aglomerados. No entanto, estes produtos devem ser usados rotineiramente para que sejam eficazes - aconselha-se que o gato o ingira uma vez por semana durante todo o ano. As dietas com elevado teor de fibra também auxiliam na eliminação das bolas de pêlo. Uma outra forma de evitar uma ingestão tão acentuada de pêlo é escovando o seu gato regularmente para remoção do excesso de pêlo morto.

Tenha sempre em conta que nas alturas do ano em que o seu gato está na mudança de pêlo, este problema torna-se bem mais frequente. Aconselhe-se com o seu médico veterinário sobre o produto mais eficaz para o seu gato e lembre-se que a prevenção é a melhor solução.
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5 de julho de 2009

Dermatofitoses - "Tinha"

Designa-se por dermatofitose todas as infecções de pele provocadas por fungos. Os fungos mais frequentes são Microsporum canis, Microsporum gypseum e Trichophyton mentagrophytes. Nos nossos animais de companhia, o género mais frequente é o Microsporum e, vulgarmente, designamos esta dermatofitose por "tinha".

Todos os mamíferos podem contrair dermatofitoses, incluindo os humanos. No entanto, a maior parte dos mamíferos torna-se imune às dermatofitoses e não exibe sinais da doença, excepto se estiverem imunossuprimidos ou se forem muito jovens ou muito idosos. Daí ser mais frequente encontrar dermatofitoses em cachorros e gatinhos.

As lesões de "tinha" são normalmente áreas circulares, descamativas, sem pêlo ou com pêlo muito quebradiço, com alguma vermelhidão, podendo ou não existir prurido. Localizam-se normalmente a nível do focinho, orelhas, patas e cauda. Nos cachorros a "tinha" restringe-se, habitualmente, a uma lesão isolada. Nos gatos temos, habitualmente, uma "tinha" mais generalizada.



Lesão de "tinha" localizada

O diagnóstico da dermatofitose pode ser feito usando um aparelho especial denominado Lâmpada de Wood de luz ultravioleta que, quando percorre o corpo do animal, torna as lesões verde fluorescente. Também podemos fazer uma colheita de pêlos e colocá-los num meio especial para crescimento de fungos ou observá-los ao microscópio para encontrar eventuais esporos dos fungos.

As dermatofitoses são patologias que exigem um tratamento contínuo e demorado (pelo menos 1 a 2 meses). Por isso, a persistência do dono é fundamental para o sucesso do tratamento.

Os animais afectados estão constantemente a disseminar esporos dos fungos pelo meio ambiente e estes esporos resistem durante meses nesse mesmo meio, daí ser essencial uma limpeza profunda do local onde o animal se encontra, nomeadamente camas, tapetes, canis ou gatis. Sejam lesões localizadas ou generalizadas é essencialmente lavá-las periodicamente com champôs à base de clorhexidina, que é um desinfectante para a pele extremamente eficaz para a manter saudável. Nas lesões localizadas optamos por loções ou pomadas de aplicação tópica em cada lesão. Nas lesões generalizadas, além das loções e pomadas, devemos administrar fármacos anti-fúngicos por via oral. Em qualquer uma das situações é de extrema importância que o dono siga à risca todas as indicações do tratamento e que nunca o páre até o médico veterinário achar que o deve fazer, mesmo que todas as lesões já tenham desaparecido da pele do animal.
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