15 de janeiro de 2012

Complexo eosinofílico felino

O complexo eosinofílico felino abrange um conjunto de doenças que têm como principal agente um determinado tipo de glóbulos brancos, denominados por eosinófilos. Os eosinófilos têm como principal função defender o organismo contra a invasão de parasitas, sejam eles externos (por exemplo pulgas) ou internos (por exemplo ténias).

Numa situação normal, assim que o organismo do animal emite sinais de estar a ser "invadido" por parasitas, os eosinófilos emitem substâncias químicas para os matar. Contudo, o organismo do animal, pode reagir abusivamente a outro tipo de substâncias que não os parasitas, como por exemplo alergenos ambientais (pó ou pólen são exemplo disso) ou mesmo alimentares. Esta reacção exagerada, dá origem à formação de 3 tipos de reacções eosinofílicas:

  • granuloma eosinofílico;
  • placa eosinofílica;
  • úlcera indolente.

O granuloma eosinofílico tem uma forma linear e aparece, habitualmente, nos membros posteriores e abdómen. Pode também aparecer no queixo sob a forma de ligeiro inchaço (edema) ou na faringe. Esta última situação poderá ser mais delicada, pois pode interferir com a normal respiração e/ou deglutição do animal. No granuloma eosinofílico, os animais podem ou não exibir prurido e as lesões podem ser auto-limitantes, desaparecendo sem qualquer tipo de tratamento.

A placa eosinofílica aparece, normalmente, na região inguinal, no interior da coxa, no abdómen caudal ou nas junções muco-cutâneas (áreas em que a pele encontra uma mucosa). Os animais exibem muito prurido e está, habitualmente, associada a reacções alérgicas intensas (a alergia à picada da pulga é um bom exemplo disso).

A úlcera indolente aparece tipicamente nas margens do lábio superior do gato. É uma lesão típica de complexo eosinofílico felino.

Sabe-se que existe uma predisposição genética de alguns animais para exibirem complexos eosinofílicos e que é mais frequente em fêmeas. O seu diagnóstico faz-se através dos sintomas do animal e da análise histopatológica da lesão. Esta última é fundamental para chegarmos a um diagnóstico definitivo. 

O tratamento do complexo eosinofílico felino consiste em diminuir a reacção alérgica através do uso de corticosteróides. Poderá ser necessário associar antibióticos, no caso de reacções muito exuberantes com dermatites graves associadas. É muito importante perceber qual o alergeno que causa tais reacções, para que o possamos eliminar. Nos casos mais graves e recidivantes poderemos ponderar o uso de drogas imuno-modeladoras.

Os gatos com lesões eosinofílicas devem fazer um controlo muito rigoroso dos parasitas externos, nomeadamente as pulgas. Tratando-se de uma doença do foro imunológico, não nos podemos esquecer que qualquer situação de stress que deprima o sistema imunitário do animal poderá conduzir a um reaparecimento dos sintomas.


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12 de dezembro de 2011

Eclampsia

A eclampsia, também designada de "febre do leite" ou tetania puerperal, é uma doença aguda, extremamente grave, causada por níveis baixos de cálcio no sangue (hipocalcémia). Ocorre , habitualmente, após o parto e é muito mais frequente em cadelas do que em gatas.

Nas fêmeas lactantes, a produção de leite exige níveis muito elevados de cálcio. Se não conseguirem dar resposta a tais exigências, as fêmeas lactantes vão mobilizar o cálcio sanguíneo para que a produção de leite continue a ser eficiente. Na eclampsia, os níveis sanguíneos de cálcio baixam de tal modo, que podem pôr em causa a vida da própria fêmea se não for rapidamente corrigida.

A produção de leite exige níveis muito elevados de cálcio


As fêmeas das raças pequenas são mais susceptíveis de desenvolver eclampsia, independentemente do tamanho da ninhada. Apesar da hipocalcémia da mãe, a ninhada não é afectada pois a qualidade do leite mantém-se.

Apesar de ser uma condição bastante grave, a eclampsia pode ser facilmente diagnosticada se tivermos em atenção os sintomas do animal, bem como o seu historial de parto recente ou gravidez de termo. Assim podemos ter:

  • comportamento agitado;
  • andar rígido, desequilíbrio ou mesmo incapacidade de locomoção;
  • febre;
  • hiperventilação (respiração muito rápida);
  • morte, se o tratamento não for rapidamente instituído.

Se o seu animal apresentar algum destes sintomas após o parto ou mesmo antes dele, não hesite em consultar de imediato o seu médico veterinário assistente. Ele confirmará a eclampsia através do doseamento do cálcio sanguíneo. Deve também impedir, de imediato, a ninhada de se alimentar do leite materno. Utilize o leite de substituição para assegurar uma alimentação equilibrada a cada um dos bebés, não esquecendo de fazê-lo regularmente. 

O tratamento consiste na administração endovenosa de cálcio, com posterior suplementação oral durante um período mais ou menos longo, dependendo da gravidade da hipocalcémia. Recomendamos que a ninhada seja alimentada pelos donos, mesmo que os níveis de cálcio normalizem, já que a eclampsia recidiva frequentemente. 

A prevenção da eclampsia faz-se através de uma alimentação rica no último terço de gestação, com ração júnior e, quando necessário, com suplementação oral de cálcio. Contudo, há que ter algum cuidado para que essa suplementação não seja excessiva, pois o excesso de cálcio vai fazer com que o organismo, numa situação de necessidade, não consiga mobilizá-lo nas quantidades necessárias. Todo este mecanismo de regulação dos níveis de cálcio é feito através de uma glândula denominada de paratiróide. 

A eclampsia é uma condição grave que pode conduzir à morte se não for tratada imediatamente. O dono é fundamental para a identificação precoce da doença. Se notar algum dos sintomas descritos anteriormente, dirija-se de imediato ao seu médico veterinário. 
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6 de novembro de 2011

Cauda - uma forma de expressão

A cauda é uma importante parte dos nossos animais que revela muito da sua atitude perante o que os rodeia. Compreender os sinais que ela nos transmite, pode ser uma ferramenta muito eficaz para compreendermos o nosso próprio animal de estimação.

Os antepassados dos nossos animais movimentavam-se frequentemente em grandes grupos e era necessário que comunicassem entre si de uma forma eficaz. Para isso serviam-se de vocalizações intensas e de posições corporais variadas, nas quais a cauda desempenha um papel preponderante. No entanto, cães e gatos são muito diferentes na sua forma de se expressar e há que os distinguir para melhor os compreender.

Quantas vezes não vemos os nossos cães abanar a cauda como sinal de contentamento? No entanto, um gato a abanar a cauda de uma forma muito efusiva já não tem o mesmo significado. Em qualquer dos casos, além da cauda devemos ter atenção a todo o animal - olhos, orelhas, posição da cabeça e patas são elementos que devemos ter em conta quando tentamos compreender o que os nossos animais nos querem transmitir.

Um cão amigável abana toda a cauda de uma forma muito rápida, festiva e por vezes muito barulhenta, estando ela toda levantada. Já um cão dominante ou agressivo terá a cauda levantada mas, normalmente, não a abana. Nalguns casos, os cães dominantes ou agressivos podem abaná-la mas apenas na sua extremidade. Um cão medroso e/ou submisso apresenta a cauda mais baixa ou mesmo entre os membros posteriores, podendo abaná-la de uma forma muito súbtil.

Nos gatos, sempre que a cauda abana com força ou está eriçada, significa que estão realmente zangados e podem mesmo atacar. Por sua vez, quando a cauda está curva com a ponta a abanar suavemente, o gato está tranquilo e totalmente relaxado. Quando a cauda está erecta, o gato mostra interesse no que se passa à sua volta.

A cauda é um dos meios de comunicação mais importante dos nossos animais. Saber interpretar os seus sinais nem sempre é fácil mas permite-nos conhece-los ainda melhor.

A cauda pode-nos transmitir muita informação acerca do temperamento do animal
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30 de outubro de 2011

Halitose - nem sempre o problema está nos dentes!

O termo halitose designa o mau odor proveniente da boca do animal e é uma queixa frequente entre os donos dos nossos animais. Frequentemente é causada por problemas dentários.

Halitose

Os restos de comida, juntamente com a saliva e as bactérias presentes na boca formam o tártaro que causa este mau hálito. Se a quantidade de tártaro for elevada, o animal poderá desenvolver gengivite ou doença periodontal grave com um aumento acentuado da halitose. Para prevenir este tipo de halitose é fundamental efectuar uma limpeza regular da boca do seu animal. Hoje em dia, além das pastas de dentes com as habituais dedeiras para escovagem, temos também snacks ou mesmo pós que se adicionam à ração do animal e permitem manter a sua boca limpa ou com menor carga bacteriana. Pode consultar mais dicas de higiene oral no artigo já publicado no nosso blog.

Contudo, nem sempre a origem da halitose é o tártaro. Existem problemas sistémicos ou não que podem também causar um mau odor. Entre eles temos:

  • doenças renais;
  • diabetes mellitus;
  • dermatites das pregas labiais;
  • ingestão de fezes (coprofagia) ou de comida estragada;
  • doenças gastro-intestinais de causas variadas;
  • doenças respiratórias;
  • outros problemas na cavidade bucal (tumores, corpos estranhos, entre outros).

Se o seu animal apresenta halitose é fundamental que seja observado pelo seu médico veterinário para determinar a sua causa. Não podemos esquecer que outros problemas graves podem dar origem a este sintoma e nem sempre o problema está nos dentes!
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26 de outubro de 2011

Incontinência urinária

A incontinência urinária consiste na perda involuntária de urina quando o animal se encontra em repouso ou a dormir. É frequente os animais lamberem constantemente a região genital aquando deste facto. 
O animal urina de forma involuntária
De uma forma muito simples, podemos dizer que a urina é retida na bexiga de um animal saudável através de um conjunto de músculos situados na base da bexiga, que funcionam como uma válvula e que o animal controla conscientemente. Certas hormonas sexuais afectam a eficácia desses músculos (estrogénios nas fêmeas e testosterona nos machos). Consequentemente, qualquer alteração a nível dessas hormonas pode afectar a capacidade do animal controlar a sua retenção de urina. À medida que o animal envelhece, naturalmente, os níveis dessas hormonas diminuem. O mesmo acontece se o animal estiver esterilizado (procedimento em que retiramos os orgãos responsáveis pela produção dessas hormonas). Outras causas de incontinência podem ser problemas prostáticos ou traumatismos que afectem os nervos que enervam a bexiga. A incontinência de origem hormonal é mais frequente nas fêmeas.

Frequentemente, os animais que sofrem de incontinência urinária têm mais tendência para infecções urinárias, uma vez que o esfíncter vesical está mais relaxado e as bactérias entram mais facilmente. Outra das complicações possíveis é a dermatite de contacto causada pela presença de urina no corpo do animal. É fundamental manter uma higiene constante da pele do animal, pois facilmente ficará sujo com urina e, consequentemente, a pele ficará inflamada. O uso de resguardos é uma boa solução nos animais incontinentes.

Quanto ao tratamento, podemos usar vários fármacos hormonais ou não-hormonais. Habitualmente estes fármacos devem ser utilizados durante toda a vida do animal. Aconselhe-se com o seu médico veterinário sobre a melhor solução para a incontinência do seu animal de estimação. A incontinência pode ser tratada!
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16 de outubro de 2011

Hérnias discais

A coluna dos animais é formada por vértebras que se unem entre si através de discos flexíveis cartilagíneos. Estes discos intervertebrais fornecem a flexibilidade indispensável à coluna vertebral dos animais. Acima destes discos situa-se a medula, constituída por fibras nervosas que transportam informação do cérebro ao resto do corpo e vice-versa. 

À medida que o animal envelhece, os discos intervertebrais vão ficando, progressivamente, mais fracos, podendo mesmo roturar ou herniar, fazendo pressão a nível do canal medular, impedindo a normal transmissão nervosa ao longa da medula.  Este tipo de hérnias crónicas ocorrem progressivamente e estão associadas ao factor envelhecimento. Existem também raças mais predispostas a terem este tipo de problemas - teckel, basset hound, caniche, beagle, cocker spaniel, pequinês, entre outras. No entanto, podemos também ter processos de herniação aguda. São exemplo disso os traumas medulares aquando de traumatismos graves (quedas, atropelamentos, etc). 


Em qualquer um dos casos, agudo ou crónico, os sintomas podem ser diversos:

  • dor intensa;
  • fraqueza muscular;
  • perda de sensibilidade nos membros;
  • incapacidade para urinar e/ou defecar;
  • paralisia parcial ou total.
A gravidade de todos estes sintomas está também relacionada com a localização da lesão. 

Para diagnosticar este tipo de lesões recorremos ao exame neurológico do nosso paciente, bem como a meios complementares de diagnóstico. Existem lesões que facilmente se vêem numa radiografia simples. Outras, contudo, só são possíveis de diagnosticar com recurso a mielografia (radiografia com contraste), TAC (tomografia) ou RM (ressonância magnética).

Sejam lesões mais ou menos graves, a rapidez no diagnóstico e tratamento é fundamental para uma melhor recuperação do paciente. Nos casos menos graves, o tratamento consiste na administração de analgésicos e anti-inflamatórios mais ou menos potentes, dependendo da gravidade dos sintomas. O repouso absoluto é fundamental na sua recuperação - não devemos deixar o animal pular, correr ou fazer movimentos mais bruscos durante um período mais ou menos longo a estipular pelo seu médico veterinário. Muitas vezes temos que os confinar a um espaço muito mais reduzido da casa para que esse repouso seja possível. Nos casos mais graves, a cirurgia é uma das opções. Mais uma vez, quanto mais rápida for efectuada melhor o prognóstico do animal. Também nestes casos o repouso pós-operatório durante largas semanas ou mesmo meses é fundamental. A todos estes tratamentos, podemos também adicionar sessões de fisioterapia e/ou acupuntura. 

O prognóstico das hérnias discais é tanto melhor quanto maior a sensibilidade do animal. Nos casos em que o animal está paralisado e não consegue sentir dor profunda, o prognóstico é bem mais reservado.
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15 de outubro de 2011

Seguro de saúde para o seu animal de companhia

Já pensou em ter um seguro de saúde para o seu animal de estimação? Um seguro que cubra parcial ou totalmente as despesas de saúde do seu animal de estimação?

Os nossos animais merecem os melhores cuidados de saúde
Quando adquirimos um novo animal ponderamos que despesas iremos ter com ele em termos de alimentação, idas ao veterinário para consultas de rotina, vacinações e desparasitações. Além disso, todos sabemos que os custos com o veterinário podem ser um entrave para termos um ou mais animais.

E como, por vezes, os imprevistos acontecem e o nosso animal pode adoecer e passar a ter um peso maior no nosso orçamento familiar. Para que consiga proporcionar ao seu animal melhores cuidados de saúde e de uma forma mais tranquila, pense em fazer-lhe um seguro de saúde que cubra pelo menos parte de todos estes custos.

Hoje em dia, existem inúmeras possibilidades para seguros de saúde animal, adaptadas às possibilidades de cada dono. Consulte seguradoras ou empresas especializadas nesse assunto e pense no melhor para o seu melhor amigo. A saúde dele é da nossa responsabilidade como donos e devemos sempre proporcionar-lhe os melhores cuidados sem que isso represente um desequilíbrio drástico no nosso orçamento.
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17 de abril de 2011

Parasitas intestinais - desparasitação interna

Todos os animais de estimação devem ser desparasitados ao longo de toda a sua vida. Os parasitas intestinais facilmente vivem dentro do organismo do nosso cão ou do nosso gato, podendo provocar problemas mais ou menos graves, dependendo do tipo de parasita e do grau de infestação. O tipo de desparasitante deve ser aconselhado pelo seu médico veterinário assistente, em função do peso do animal e do seu estado de saúde.

Parasitas Intestinais

Habitualmente começamos por desparasitá-los por volta das 3 semanas de idade, tanto cachorros como gatinhos. Os animais mais jovens facilmente vêm parasitados e, por este motivo, é fundamental desparasitá-los segundo o esquema de desparasitação fornecido pelo seu veterinário assistente. Normalmente desparasitamos de 15 em 15 dias durante os dois primeiros meses de vida, seguindo-se uma desparasitação mensal até aos 6 meses de idade.

A partir dos 6 meses de idade a desparasitação deve ser efectuada uma, duas ou três vezes por ano, dependendo do ambiente onde o animal se encontra.

As fêmeas gestantes devem ser desparasitadas a partir do 1º mês de gestação. Após o parto, as fêmeas devem ser desparasitadas na mesma altura que as crias.

Todos os animais adquiridos recentemente devem ser de imediato desparasitados, sejam adoptados ou comprados, bebés, adultos ou geriátricos. Se houver mais animais na casa, estes também devem ser desparasitados para evitar contágios.

As desparasitações internas são tão importantes como as externas (prevenção de pulgas ou carraças) e devem ser realizadas periodicamente durante toda a vida do animal.
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29 de novembro de 2010

Como dar banho ao seu gato?

Os gatos habitualmente fazem a sua higiene pessoal, lavando-se diariamente (grooming). No entanto, nem todos os gatos têm este hábito, alguns por serem muito gordos, outros porque simplesmente nunca tiveram este tipo de comportamento. 

Dar banho a um gato, nem sempre é uma tarefa fácil. Muitos gatos detestam ser molhados ou mesmo ser manipulados, por forma a ser possível dar-lhes banho.  Em primeiro lugar, deve perceber se o seu gato gosta do contacto com a água ou não. Para isso, experimente deixá-lo entrar no seu wc enquanto toma banho. Tente aperceber-se se ele mostra algum tipo de iniciativa para brincar com a água do seu duche ou se, pelo contrário, foge de imediato. Se o seu comportamento for de fuga, provavelmente dar-lhe banho não será das melhores ideias. Se ele mostrar algum interesse na água, então podemos ter alguma esperança de que o banho corra bem. 

Antes do banho deve escová-lo, principalmente se o seu pêlo for longo ou semi-longo. Se ele tiver o pêlo embaraçado ou com nós, será muito mais difícil escová-lo depois do banho, pois os nós, depois de molhados, aderem mais à pele do animal. Opte também por lhe cortar as unhas antes do banho - se esta tarefa não correr bem, é preferível deixar o banho para outro dia e deixá-lo acalmar. 

Feito isto, podemos preparar o banho para o nosso gato. Devemos colocá-lo numa banheira com água morna e evitar usar o chuveiro. A cabeça deve ser sempre a última parte do corpo a lavar. Tenha sempre pronta uma toalha para o secar de imediato - não esqueça que quanto mais rápido for o banho, menos stress causamos ao gato. Depois de bem seco com a toalha, escove-o de novo para desembaraçar o pêlo e, se o gato tolerar, pode tentar secá-lo com um secador de cabelo não muito quente. É fundamental usar um champô adequado para o seu gato - não use nunca champô de cão ou de humano!

Se a experiência do banho for traumatizante para si e para o seu gato, é preferível usar um champô seco ou uma toalha humedecida para remover a maior sujidade. Não esqueça que o gato é um animal que, na maioria dos casos, não gosta de ser muito agarrado, muito menos se tiver de ser molhado - o banho terá de ser simples e rápido. Boa sorte!

Como dar banho ao seu gato?

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22 de novembro de 2010

Síndrome de Cushing ou hiperadrenocorticismo

O síndrome de Cushing ou hiperadrenocorticismo resulta de um excesso de produção de glucocorticóides (nomeadamente cortisol), hormonas necessárias para o normal funcionamento do organismo do animal. Numa situação normal, a hipófise (glândula localizada no cérebro) produz a hormona ACTH que vai actuar nas glândulas adrenais que, por sua vez produzem, os glucocorticóides. Se existir alguma anomalia na hipófise ou nas glândulas adrenais, produz-se um excesso de glucocorticóides, dando origem ao síndrome de Cushing.

Este síndrome pode ocorrer tanto em cães como em gatos, no entanto é muito mais frequente em cães. Atinge normalmente cães a partir dos seis anos de idade.

Os sintomas do Cushing são muito variados e, na maior parte dos casos, o animal apresenta apenas alguns dos sintomas. Entre eles temos:

  • polidipsia/poliúria: o animal aumenta o seu consumo de água e, consequentemente, urina mais frequentemente. Esse aumento no consumo de água significa beber cerca de 100ml/kg/dia, ou seja num animal com cerca de 25kg, beber 2,5l de água por dia é sinal de polidipsia. É muito importante que o dono consiga quantificar a quantidade de água ingerida ao longo das 24h, para o veterinário poder avaliar se se trata realmente de um consumo exagerado;
  • abdómen pendular: os animais ficam "barrigudos". A gordura transfere-se para a zona abdominal e há uma fraqueza muscular nítida da parede abdominal, que confere a forma pendular aos animais com síndrome de Cushing;
  • alopécia simétrica: o animal começa a perder pêlo, habitualmente de uma forma simétrica. Nos estados mais avançados, os animais podem mesmo só ter pêlo na cabeça, ficando totalmente "carecas" no resto do corpo;
  • polifagia: aumento do apetite.
  • diminuição da espessura da pele: os animais com Cushing apresentam a pele mais fina que o habitual, estando assim mais sujeitos a traumas cutâneos.

Polidipsia é um dos sintomas no síndrome de Cushing


No síndrome de Cushing os sintomas podem ser tão ténues no início, que só se diagnostica quando a doença já está num estado mais ou menos avançado. Em termos de análises de sangue, os animais podem apresentam aumento dos parâmetros hepáticas (ALT e ALKP), aumento do hematócrito, e aumento do colesterol. Este último ocorre na grande maioria dos pacientes cushingóides. Perante estas alterações, o médico veterinário realizará então exames mais específicos que permitam diagnosticar a doença. Existem vários testes que permitem diagnosticar o Cushing. Entre eles destaco a estimulação com a hormona ACTH. Este teste permite avaliar se os níveis de glucocorticóides estão anormalmente elevados após um estímulo artificial com a hormona que habitualmente actua nas glândulas hormonais e, assim, diagnosticar o Cushing. No entanto, não permite avaliar se o problema se encontra na hipófise ou nas glândulas adrenais. Isto só é possível realizando outros testes ao animal.

Seja qual for a origem do Cushing, o objectivo do tratamento consiste em diminuir os níveis de glucocorticóides presentes em circulação. O tratamento mais usado consiste no uso de fármacos orais que o animal deve tomar regularmente sob orientação do seu médico veterinário. Existem vários fármacos que permitem tratar o Cushing, entre eles destaco o mitotano, o cetoconazol e o trilostano. Este último é o mais recente e, apesar de mais dispendioso, parece ser o que apresenta menos efeitos secundários para os animais. Nalguns casos, a cirurgia pode ser uma opção, principalmente se o problema se localizar a nível das glândulas adrenais.

Um animal com Cushing tem de ser monitorizado regularmente, principalmente, no início do tratamento até estabelecermos a dose de fármaco eficaz para o seu caso. A administração dos fármacos tem de ser feita de forma rigorosa para não esquecer nenhuma toma. A sua medicação é  normalmente para o resto da vida do animal, podendo haver reajustes na dose administrada. É uma doença complexa que exige muita monitorização por parte dos donos e do médico veterinário assistente. Não hesite em consultar o seu médico veterinário se o seu animal de estimação apresentar algum dos sintomas atrás mencionados.
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