26 de outubro de 2009

Hipertiroidismo em gatos

O hipertiroidismo é a patologia hormonal mais frequente em gatos. Ao contrário do hipotiroidismo dos cães, o hipertiroidismo consiste no excesso de hormona da tiróide em circulação no organismo do gato.

A maior parte dos casos de hipertiroidismo são benignos e resultam do aumento do número de células na própria tiróide. Apenas 1-2% dos casos de hipertiroidismo são causados por condições malignas. Ocorre, frequentemente, em gatos geriátricos.

Os sintomas mais frequentes de hipertiroidismo são:
  • perda de peso;
  • taquicárdia: aumento da frequência cardíaca;
  • polifagia: aumento do apetite;
  • vómito;
  • polidipsia e poliúria: aumento da ingestão de água e da micção;

A suspeita de hipertiroidismo surge com base nos sintomas do animal ou na palpação da própria tiróide que, nestes gatos, está muitas vezes aumentada.

Localização da glândula da tiróide

O diagnóstico definitivo passa pela medição da hormona da tiróide. Estes animais apresentam, frequentemente, complicações sistémicas, nomeadamente alterações a nível renal e hepática, sendo por isso importante fazer um check-up geral ao animal antes de iniciar o tratamento.

O tratamento do hipertiroidismo passa, habitualmente, pelo uso de fármacos que bloqueiam a síntese da hormona da tiróide, nomeadamente o metimazole. Este fármaco não cura o hipertiroidismo, apenas controla os níveis da hormona em circulação, exigindo assim uma toma regular e constante, bem como um controlo assíduo dos níveis hormonais e do estado geral do gato. Outras opções de tratamento, muito menos frequente no dia-a-dia da clínica, passam pela cirurgia ou pelo uso de iodo radioactivo.

Um gato com hipertiroidismo pode ter uma vida completamente normal, sem quaisquer limitações, mas exige um controlo regular do seu estado de saúde. Aconselhe-se com o seu veterinário assistente sobre a melhor forma de lidar com esta patologia.
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20 de outubro de 2009

Dirofilariose ou verme do coração

A dirofilariose ou verme do coração é uma doença que atinge cães e, menos frequentemente, gatos, causada por um parasita  denominado Dirofilaria immitis. A severidade desta doença está directamente relacionada com o número de parasitas presentes no organismo, a duração da infecção e a resposta do animal infectado.

Esta doença transmite-se através de um mosquito que inocula a forma larvar do parasita no organismo do animal. Cerca de 3 meses após a inoculação, a larva desenvolve-se no lado direito do coração, podendo atingir cerca de 30 cm aquando da forma adulta. Cerca de 7 meses após a infecção, já podemos encontrar formas imaturas do parasita (microfilárias) na circulação sanguínea. A picada do mosquito é a única forma de transmissão da dirofilariose.




Coração infectado por dirofilárias

Os sintomas da dirofilariose dependem da severidade da doença. Assim sendo, temos três estádios da doença:

  • estádio 1: o animal é assintomático, não exibindo qualquer sintoma da doença;estádio 3
  • estádio 2: o animal exibe tosse e intolerância ao exercício físico;
  • estádio 3: a condição mais grave da doença; nesta fase o animal tem tosse, intolerância ao exercício, sinais de anemia e de insuficiência cardíaca direita, com morte do animal.

O diagnóstico da dirofilariose faz-se através de testes serológicos para detecção das microfilárias em circulação. Se o animal for positivo, deveremos posteriormente avaliar a sua condição geral, especialmente a cardíaca com electrocardiogramas ou ecocardiogramas e radiografias torácicas, para podermos iniciar o tratamento.

Durante o tratamento, o animal deverá reduzir a sua actividade física e fazer o máximo repouso possível. Nos casos mais graves poderá haver necessidade de internamento.

A melhor forma de lidar com a dirofilariose é fazendo a prevenção mensal da doença através de um profiláctico adequado. Aconselhe-se com o seu veterinário assistente sobre a melhor forma de prevenção.
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12 de outubro de 2009

FeLV - Vírus da Leucose Felina

O vírus da Leucose felina (FeLV) é o responsável pela leucemia e outros tipos de cancros e imunodeficiências em gatos. Tal como o FIV, o FeLV é também um retrovírus, ou seja, é específico da espécie. Assim sendo, o FeLV só atinge os gatos.

O FeLV encontra-se em concentrações muito elevadas na saliva do animal afectado. Assim, a forma mais frequente de transmissão do FeLV é através do grooming mútuo (lavagem constante do pêlo com a língua). Outras formas de transmissão são por contacto focinho-a-focinho, dentadas, partilha de recipientes da água e comida e de mãe para filho através da placenta e do leite. A transmissão exige habitualmente um contacto prolongado entre os animais.






Manter o gato dentro de casa evita que seja infectado

Quando o gato é exposto ao vírus da Leucose, vários fenómenos podem acontecer:

  • alguns gatos não ficam infectados, devido a uma exposição inadequada ou a uma resposta imunitária muito forte;
  • outros gatos desenvolvem uma infecção latente, ou seja, são portadores do vírus mas não o transmitem nem exibem sintomas da doença;
  • por último, podemos ter os gatos com infecção progressiva, que desenvolvem sintomas e outras doenças associadas ao FeLVe transmitem o vírus em grandes quantidades na saliva.

Um gato infectado com FeLV exibe sinais de virémia (presença do vírus na corrente sanguínea do animal) 2 a 4 semanas após essa infecção. Nem sempre o animal exibe sintomas da doença durante esta fase aguda. No entanto, se exibir, os mais frequentes são:

  • febre;
  • letargia;
  • doenças gastro-intestinais;
  • gengivite;
  • doenças neurológicas;
  • linfadenopatia (gânglios linfáticos aumentados);
  • perda de peso;
  • problemas respiratórios e oculares;
  • problemas reprodutivos;
  • anemia, entre outros.

O FeLV pode ser rapidamente detectado através de um teste rápido de sangue. Assim que o portador do vírus é reconhecido deve ser mantido dentro de casa para não contaminar outros gatos de rua. Se existirem outros gatos a partilharem o mesmo habitat do afectado, deverão ser testados e, se negativos, deverão ser vacinados. Ao contrário do FIV, para o FeLV existe vacina. Todos os gatos que têm acesso à rua devem ser vacinados para o FeLV. Aos gatos de interior evita-se administrar a vacina do FeLV, pois existem estudos que associam o aparecimento de um tipo de tumor (fibrossarcomas) ao local de inoculação da vacina. Assim sendo, optamos por administrá-la apenas a gatos que corram o risco de ser infectados.

Um gato portador de FeLV pode viver muitos anos, manifestando ou não sinais da doença. Os tratamentos são sempre paleativos, de forma a incidir no sintoma que o animal apresenta. Os gatos mais jovens são mais susceptíveis à doença.

O FeLV é uma das grandes causas de morte nos gatos domésticos - aconselhe-se com o seu veterinário sobre a melhor forma de preveni-lo.
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4 de outubro de 2009

Check-up regular

Todos nós sabemos que a melhor forma de lidar com os problemas de saúde do seu animal  é prevenindo-os ou detectando-os numa fase muito precoce. Para que isso seja possível, deve levar o seu companheiro regularmente ao seu médico veterinário para efectuar um exame clínico completo. Essa regularidade varia conforme a idade e a condição do animal - os jovens devem fazer um check-up anualmente, os geriátricos devem fazer um check-up semestral e os animais com doenças crónicas devem ser acompanhados mais regularmente, dependendo da sua doença e do seu estado de saúde.




Idas regulares ao veterinário são fundamentais

O check-up regular passa, normalmente, pelas seguintes etapas:

  • exame clínico completo
  • vacinação;
  • desparasitação interna e externa;
  • análises sanguíneas se se justificar.

O exame clínico completo passa por examinar o animal de uma ponta à outra:

  • auscultação cardíaca e pulmonar: por vezes detectam-se sopros cardíacos numa fase muito precoce com uma simples auscultação;
  • palpação abdominal: permite verificar e detectar certas anomalias nos orgãos internos como por exemplo assimetria renal;
  • estado da pele e do pêlo;
  • membros: os problemas articulares são muito frequentes nos nossos animais;
  • olhos e ouvidos: otites e conjuntivites fazem parte do dia-a-dia de um veterinário;
  • boca e dentes: os donos nem sempre se apercebem do mau estado dentário do seu animal;
  • condição corporal: o excesso de peso tornou-se um problema grave nos nossos animais.

A vacinação regular é essencial para prevenir determinadas doenças infecto-contagiosas nos cães e gatos. Nos cachorros e gatinhos as datas das vacinas devem ser respeitadas rigorosamente.

A desparasitação interna contra vermes intestinais deve ser efectuada pelo menos uma vez por ano em todos os animais adultos. Nos cachorros e gatinhos essa desparasitação deve ser feita mensalmente. A desparasitação externa deve ser feita para evitar pulgas, carraças e mosquitos.

Nos pacientes geriátricos e com doenças crónicas, as análises sanguíneas são fundamentais para detectar e controlar alterações sistémicas.

Um check-up regular pode fazer toda a diferença na saúde do seu animal. Não hesite em levá-lo regularmente ao veterinário, ele agradece!
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