23 de dezembro de 2009

Boas Festas em segurança

Durante a época festiva tenha especial atenção com as decorações festivas e com a localização da comida. Por vezes, estamos tão atarefados com a preparação da época festiva, que nos esquecemos que os nossos animais poderão ter acesso a objectos e comida perigosos para eles. Assim sendo, deixo aqui várias dicas que poderão evitar desastres maiores em sua casa:

  • coloque sempre a comida num local de difícil acesso ao seu animal, tendo especial atenção com os chocolates, bem como, com os ossos e espinhas dos restos de comida que sobra;
  • deve ter especial cuidado com os ornamentos natalícios que podem ser "brinquedos" especialmente atraentes para os seus animais - bolas, fitas, presépios e velas acesas podem ser potencialmente perigosos;
  • plantas muito coloridas podem ser tóxicas para o seu animal - coloque-as sempre num local de difícil acesso ao seu animal;
  • evite decorar a árvore de natal com doces, pois os seus animais poderão facilmente roubá-los;
  • evite colocar os presentes debaixo da árvore de natal - o seu animal pode considerá-los atraentes e roe-los ou mesmo comê-los.


    Urinar para a árvore de Natal - um problema frequente nesta época

    Passe uma boa quadra festiva, em segurança, na companhia dos seus animais de companhia. Boas Festas!
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    16 de dezembro de 2009

    Megaesófago

    O megaesófago é uma doença que se caracteriza por uma diminuição ou mesmo ausência de motilidade (movimento que conduz os alimentos da boca para o estômago) a nível do esófago. Com a diminuição da motilidade, os alimentos têm dificuldade em chegar ao estômago e o animal vai regurgitá-los. À medida que essa diminuição da motilidade se torna persistente, o esófago terá tendência a dilatar, não recuperando o seu diâmetro normal, originando o chamado megaesófago.



    Comparação entre o diâmetro do esófago normal e do megaesófago
    O megaesófago pode ser congénito ou adquirido, manifestando-se em qualquer idade da vida do animal. O megaesófago adquirido pode ser primário ou secundário a outras patologias que devem ser descartadas para um melhor tratamento da doença. Pode ocorrer tanto em cães como em gatos, sendo mais frequente em cães.

    Os animais com megaesófago têm dificuldade em manter um aporte nutricional apropriado devido à dificuldade de conduzirem os alimentos ao estômago.

    Os sintomas mais frequentes desta patologia são:

    • regurgitação;
    • febre;
    • tosse;
    • corrimento nasal;
    • dificuldade em deglutir;
    • mau hálito muito acentuado;
    • perda de peso;
    • pneumonia por aspiração nos casos mais graves.

    O tratamento do megaesófago consiste na identificação da causa subjacente à doença, na diminuição da frequência da regurgitação, fornecer o aporte nutricional adequado e evitar possíveis complicações como por exemplo a pneumonia por aspiração.

    A alimentação é de extrema importância no melhoramento do estado de saúde do animal. Eis algumas indicações para melhorar a sua alimentação:

    • deve alimentá-lo num patamar mais elevado e dançar com ele no final de cada refeição, para que os alimentos cheguem mais facilmente ao estômago por efeito da gravidade;
    • a dieta deve ser hipercalórica e administrada várias vezes ao dia em pequenas porções;
    • a consistência do alimento varia conforme o paciente - alguns toleram melhor uma dieta líquida, outros toleram melhor uma dieta mais consistente.

    Podemos também utilizar fármacos que aceleram a motilidade gastro-intestinal, contudo, estes fármacos funcionam melhor quando a distensão do esófago não é acentuada.

    O megaesófago é uma doença que exige grande dedicação e atenção por parte do dono. Só assim, o animal poderá melhorar a sua condição. Informe-se com o seu veterinário sobre esta patologia.
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    8 de dezembro de 2009

    Síndrome de dilatação-torção gástrica em cães

    O síndrome de dilatação-torção gástrica é uma urgência veterinária, extremamente grave, que põe em risco a vida do animal e que deve ser imediatamente assistida por um médico veterinário, assim que for detectada pelo dono. O animal pode morrer ao fim de poucas horas devido à dilatação-torsão gástrica; cerca de 25-30% dos pacientes acabam por morrer, mesmo com tratamento adequado.

    Este síndrome caracteriza-se por uma primeira parte de dilatação e uma segunda parte de torção do estômago. Na dilatação, o estômago enche-se de ar e começa a fazer pressão noutros orgãos da cavidade abdominal e no diafragma, fazendo com que o animal vá tendo, progressivamente, maior dificuldade a respirar. Estando dilatado, o estômago pode facilmente girar em torno do seu próprio eixo (torção), conduzindo, progressivamente, a uma diminuição no seu aporte sanguíneo. O tecido gástrico começa a morrer (necrose) e os outros orgãos vitais começam a falhar - nesta fase o estado do animal deteora-se muito rapidamente.






    O estômago dilata e acaba por torcer

    Nem todos o cães que sofrem dilatação gástrica desenvolvem torção. Contudo, todos o que fazem torção gástrica tiveram anteriormente dilatação.

    Existe, nitidamente, uma predisposição genética neste síndrome - as raças grandes e gigantes são as mais afectadas por esta doença. Dentro destas raças, os animais de peito mais profundo e estreito são mais predispostos. Pode ocorrer em qualquer idade, contudo é mais frequente em animais acima dos 7 anos de idade. Os cães que comem uma única vez ao dia têm o dobro da probabilidade de desenvolver dilatação-torção gástrica do que os cães que fazem várias refeições diárias.

    Os sintomas mais frequentes são:

    • dilatação e dor abdominal;
    • tentativa de vómito;
    • dificuldade respiratória;
    • estado de choque, nos casos mais graves.

    O tratamento da dilatação-torção gástrica passa pela estabilização do estado clínico do animal e posterior cirurgia. A cirurgia consiste na verificação do estado do estômago e dos outros orgãos abdominais, nomeadamente o baço, que também pode estar torcido nestas situações, na reposição do estômago à sua posição normal e na sutura do estômago à parede abdominal (gastropéxia) para evitar futuras recidivas. O pós-operatório exige uma monitorização constante do paciente para detectar possíveis complicações, nomeadamente, arritmias, ulcerações gástricas e lesões a nível de outros orgãos vitais.

    A prevenção da dilatação-torção gástrica passa por:

    • alimentar o animal várias vezes ao dia;
    • controlar a ingestão de água após a refeição se o animal for muito sôfrego a beber;
    • evitar o exercício físico intenso ou situações de stress antes e após a refeição;
    • estar atento aos sinais clínicos do animal após as refeições, principalmente se o animal for de uma raça predisposta.

    O síndrome de dilatação-torção gástrica é uma condição muito grave, que deve ser detectada precocemente pelo dono do cão. Aconselhe-se com o seu veterinário acerca desta patologia.
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    1 de dezembro de 2009

    Será que os gatos caem sempre de pé?

    Frequentemente dizemos que todos os gatos caem de pé. Contudo, isso nem sempre acontece. Quando os gatos caem de uma altura relativamente baixa, frequentemente conseguem girar no ar e aterrar de pé. No entanto, quando a altura é superior a cerca de dois andares, os gatos podem sofrer lesões muitos graves, que podem mesmo ser fatais.

    A facilidade com que o gato gira no ar e cai de pé deve-se às características anatómicas do seu esqueleto. Os gatos apresentam clavículas muito rudimentares que não se unem a nenhum dos outros ossos do seu esqueleto, sendo apenas suportadas pela massa muscular dos seus ombros. Isto faz com que, facilmente, as suas patas dianteiras tenham uma rotação fora do vulgar e o seu corpo possa facilmente adaptar-se a novas posições. Assim, durante uma queda, as patas são a primeira estrutura a tocar no solo, absorvendo o impacto da colisão.





    Os gatos nem sempre caem de pé
    Se o gato cair de uma altura superior a dois andares, pode conseguir girar no ar para adquirir um bom posicionamento para a queda, no entanto as patas não conseguirão absorver todo o impacto da colisão. Nestas situações, é frequente surgirem traumatismos a nível torácico e/ou abdominal, bem como fracturas ósseas a nível dos membros e/ou crânio.

    Independentemente da altura em que o gato vive, mantenha sempre a janelas fechadas, por forma a impedir a sua saída. Mesmo quedas de alturas mais baixas podem provocar lesões muito graves ou mesmo fatais - por vezes encontram obtáculos pelo caminho, que os impedem de girar no ar e cair de pé, nomeadamente estendais da roupa.  Nunca esqueça que o gato não vai aprender com a queda - se vir a janela aberta uma segunda vez pode voltar a atirar-se. Mais vale prevenir...
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