7 de junho de 2009

Lipidose hepática felina

A lipidose hepática felina, vulgarmente denominada por doença do fígado gordo, caracteriza-se por uma acumulação de gordura dentro das células do fígado (hepatócitos). Esta acumulação produz uma alteração grave na função hepática que, se não for tratada agressivamente, pode ser fatal para o gato.

A maior parte dos casos de lipidose hepática está associada a gatos obesos e o factor desencadeador da doença parece ser o stress a que o animal possa ser sujeito.



Gato obeso: predisposição para lipidose hepática

Por stress entende-se qualquer alteração na rotina ou no ambiente do gato (mudança de alimentação, mudança de casa, presença de um novo membro na família, entre outros) ou mesmo alguma doença concomitante que lhe conduza a uma diminuação do apetite.

Os sintomas mais frequentes da lipidose hepática são:

  • depressão;
  • anorexia com perda de peso acentuada;
  • vómitos;
  • icterícia (mucosas amareladas);
  • hepatomegália (aumento do tamanho do fígado), nem sempre frequente;
  • sinais neurológicos, nos casos mais graves.

A suspeita de lipidose hepática baseia-se no historial clínico do animal (gato obeso com perda de peso significativa sem causa aparente) e nos sintomas exibidos. Perante isto, efectuam-se exames complementares de diagnóstico nomeadamente:

  • análises sanguíneas: revelam alteração dos parâmetros hepáticos;
  • radiografia abdominal: revela um fígado anormalmente grande;
  • ecografia: revela alterações evidentes em todo o parenquima hepático.

Um diagnóstico precoce é a chave para o sucesso no tratamento da lipidose hepática. Perante a confirmação da doença há que garantir um suporte nutricional intensivo. Deste modo, o gato deve ser alimentado com comida hiper-proteica e hiper-calórica e devemos garantir que tem uma ingestão calórica diária suficiente para o seu peso. Dado que na maior parte dos casos o gato está anoréctico, optamos por lhe colocar um tubo de alimentação no esófago que permite ao dono alimentá-lo em casa sem lhe criar mais stress. Nos casos mais graves o animal é colocado a soro para repôr o seu equilíbrio electrolítico, são administrados antibióticos para controlar eventuais infecções secundárias e ádministrados anti-ácidos e anti-vomitivos para evitar a náusea que o animal sente pela comida.

Em qualquer uma das situações, sejam elas mais ou menos graves, o tratamento e a recuperação total do gato são demoradas, podendo levar semanas até o animal recuperar totalmente o seu apetite. Cerca de 30% dos gatos não reagem ao tratamento e morrem.

Uma das melhores formas de prevenir a lipidose hepática é manter o gato com peso normal. Se ele tem excesso de peso aconselhe-se com o seu veterinário sobre o melhor programa para redução de peso. Não opte por lhe reduzir dastricamente a quantidade de comida nem fornecer-lhe comida que ele não goste, pois estas situações podem ser suficientes para desenvolver lipidose hepática. Se o seu gato perdeu apetite repentinamente, leve-o de imediato ao seu médico veterinário.
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