Durante o nosso dia-a-dia de médicos veterinários somos confrontados com situações muito variadas, umas fáceis outras difíceis, umas marcantes outras nem por isso.
Patas partidas, alergias à pulga, diarreias devido às gulodices deles, atropelamentos, quedas - todas estas situações entram pela nossa porta e temos que resolvê-las da melhor maneira que sabemos, como nos ensinaram, como fomos aprendendo ao longo da nossa vida profissional. Os donos agradecem-nos a ajuda e voltam dali a uns tempos para uma nova peripécia. E nós lá estaremos novamente para os tratar.
No entanto, a realidade nem sempre é essa. Há momentos em que já não temos como os ajudar, os nossos conhecimentos parece que se esgotaram totalmente, os medicamentos já pouco ou nada fazem e o nosso paciente vai piorando com o passar dos dias. Temos perfeita consciência de que já nada há a fazer e começamos a tentar passar essa consciência ao dono do nosso paciente.
Não é fácil dizer-lhes que já não conseguimos ajudá-los, que o seu animal de companhia está num estado muito grave e que dificilmente o conseguirá ultrapassar. Não é fácil dizer-lhes que ele está em sofrimento quando, ainda assim, vemos um abanar de cauda ou um olhar mais brilhante. Parece sempre que têm uma vontade e uma força para viver inesgotável. Mas nós sabemos que essa força um dia se esgotará e não queremos que o nosso paciente trilhe um caminho de sofrimento e dor profundos para que consiga finalmente descansar. A sua qualidade de vida começa a diminuir de dia para dia - já não reagem quando os chamamos, já não comem, já não se levantam, deixaram de ser para apenas estar. E é nessa altura que temos de pensar somente neles e não na falta que nos vão fazer.
Ser dono até ao fim é o que compete a cada um que tem um animal de estimação e tomar a decisão de eutanasiá-los é também ser dono. A nós veterinários compete ajudar na tomada de decisão, por forma a torná-la um pouco menos penosa e acima de tudo, compete dar ao nosso paciente um final de vida digno com uma morte sem qualquer tipo de sofrimento.
Seja dono até ao fim.
Patas partidas, alergias à pulga, diarreias devido às gulodices deles, atropelamentos, quedas - todas estas situações entram pela nossa porta e temos que resolvê-las da melhor maneira que sabemos, como nos ensinaram, como fomos aprendendo ao longo da nossa vida profissional. Os donos agradecem-nos a ajuda e voltam dali a uns tempos para uma nova peripécia. E nós lá estaremos novamente para os tratar.
No entanto, a realidade nem sempre é essa. Há momentos em que já não temos como os ajudar, os nossos conhecimentos parece que se esgotaram totalmente, os medicamentos já pouco ou nada fazem e o nosso paciente vai piorando com o passar dos dias. Temos perfeita consciência de que já nada há a fazer e começamos a tentar passar essa consciência ao dono do nosso paciente.
Não é fácil dizer-lhes que já não conseguimos ajudá-los, que o seu animal de companhia está num estado muito grave e que dificilmente o conseguirá ultrapassar. Não é fácil dizer-lhes que ele está em sofrimento quando, ainda assim, vemos um abanar de cauda ou um olhar mais brilhante. Parece sempre que têm uma vontade e uma força para viver inesgotável. Mas nós sabemos que essa força um dia se esgotará e não queremos que o nosso paciente trilhe um caminho de sofrimento e dor profundos para que consiga finalmente descansar. A sua qualidade de vida começa a diminuir de dia para dia - já não reagem quando os chamamos, já não comem, já não se levantam, deixaram de ser para apenas estar. E é nessa altura que temos de pensar somente neles e não na falta que nos vão fazer.
Ser dono até ao fim é o que compete a cada um que tem um animal de estimação e tomar a decisão de eutanasiá-los é também ser dono. A nós veterinários compete ajudar na tomada de decisão, por forma a torná-la um pouco menos penosa e acima de tudo, compete dar ao nosso paciente um final de vida digno com uma morte sem qualquer tipo de sofrimento.
Seja dono até ao fim.